O Mal de Alzheimer é uma doença cerebral degenerativa primária de etiologia desconhecida com aspectos neuropatológicos e neuroquímicos característicos. É um transtorno insidioso com desenvolvimento lento mas continuo por vários anos. É caracterizado pela perda progressiva das funções intelectuais. Inicialmente há uma perda de memória e posteriormente outras funções são acometidas.
Atualmente os medicamentos disponíveis auxiliam para que o progresso e a evolução da doença sejam mais lentos. Além das funções cognitivas afetadas, podem ocorrer alterações no comportamento do paciente (apatia, agitação, irritabilidade, agressividade).
Para o paciente, no início da doença, o sofrimento é bastante intenso. Suas crises temporárias de perda de memória, confusão mental e desorientação espaço-temporal o deixam bastante angustiado, inseguro, e com muito medo. Tanto o paciente como o familiar se deparam com “perdas diárias” tornando esse desafio uma prova bastante difícil de ser vivenciada.
A importância de todos envolvidos na doença Mal de Alzheimer serem assistidos por uma equipe multidisciplinar é vital para a manutenção de uma estrutura psicológica bem mais equilibrada diante ao diagnóstico.
O paciente necessita de muita entrega e dedicação do cuidador e/ou familiar, onde a paciência, compaixão e lucidez para o manejo com ele é extremamente fundamental. Acompanhamentos terapêuticos e esclarecimentos sobre a doença são extremamente necessários para que haja uma condução adequada, principalmente, para aqueles que se responsabilizam pelos cuidados do doente. A energia envolvida é bastante intensa pois a convivência é muito sobrecarregada e exaustiva.
Outro aspecto de suma importância é o entendimento e apoio espiritual. A terapêutica complementar espírita com os passes magnéticos, água fluidificada, evangelho no lar e tratamentos desobssessivos (quando necessários) são essenciais como suporte para todos os envolvidos neste diagnóstico.
Sabedores de que “nada acontece por acaso” e que as doenças vivenciadas já são nossa oportunidade de cura espiritual cultivemos a fé na Espiritualidade Maior que nos alcançará o suporte para vivenciarmos esta prova.
Não esqueçamos: quem é… e quem foi…a pessoa que hoje se encontra com Mal de Alzheimer.
O Amor é a maior força a nos sustentar e a auxiliar no conforto e no alívio dos sintomas das dores da alma. Tenhamos, sempre presente, que oportunizar para o paciente momentos de alegria, conforto, carinho e prazer, mesmo que serão esquecidos nos minutos seguintes abastecerá imensamente o momento presente de nosso ente querido. E isso ficará para sempre na sua memória espiritual.
O cuidador e familiar com o avanço da doença no paciente necessitará de muito apoio e reabastecimento psicológico e espiritual. Esse panorama evidencia que tanto paciente como familiar e/ou cuidador estão entrelaçados numa prova compartilhada e que exigirá muita compaixão, indulgência, perdão, paciência, resignação e amor dos envolvidos.
Lembrando o Evangelho segundo o Espiritismo no capítulo 5: Bem-aventurados os aflitos porque serão consolados, Jesus indica, ao mesmo tempo, a compensação que espera aqueles que sofrem, e a resignação que faz abençoar o sofrimento como prelúdio da cura.
Não esquecendo que, para aqueles que estiverem em sofrimento, sempre haverá um consolo, basta não perder a fé e a compreensão que a nossa passagem durante cada encarnação tem o propósito da evolução espiritual.
Nos momentos de muita aflição nos reportemos ao Mestre Jesus que nos diz com todo o seu Amor e serenidade:
“Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e que estais sobrecarregados e eu vos aliviarei. -Tomai meu jugo sobre vós, e aprendei de mim que sou brando e humilde de coração, e encontrareis o repouso de vossas almas; porque meu jugo é suave e meu fardo é leve. ” (São Mateus11:28-30)
Elizabeth Schuck – psicóloga clínica e psicotepareuta de familia