pensamentoApesar  do  esforço  da  psicossomática  que   já  conseguiu  evidenciar  atravás  da  pesquisa o  que   já  se  sabia  através  da  experiência  clínica,  a  ciência  médica  ainda  está  longe  de perceber  a  importância  do  pensamento,  a  sua   influência  e  o  seu  mecanismo  de  ação na estrutura celular.

Para  termos  uma  ideia  desta  influência,  Calderaro,  um   dos  Instrutores  espirituais  de André  Luiz,  afirma  que   “diariamente,  o  ódio  extermina  indivíduos  no  mundo  com   uma intensidade  e  eficiência  mais  arrasadoras  do  que  as  de  todos  os  canhões  da  Terra atuando em uníssono.

Sem  deixar  de  considerar  a  importancia  da  fisiologia  e  a  sua  relação  com  o  meio exterior, a Medicina terá que  voltar-se, necessariamente, para as causas  fundamentais das  nossas   patologias. Mas enquanto a fisiologia  analisa os  efeitos e procura remedia-los a superficie, é na alma, no entanto, que  iremos encontrar as causas  profundas dos nossos desequilíbrios, devido as nossa criações mentais.

O  pensamento  pode   ser  visto  sob  uma  ótica  psicológica  ou  física.  Pela  primeira,  o pensamento   é   considerado   como  um   fluxo  de   ideias,   símbolos  e   associações; atividades   mentais  variadas,  tais  como  raciocinar,  resolver  problemas  e  formar conceitos.  Para  isso  a  mente  usa  os  seguintes  elementos  do  pensamento: raciocínio, memória, imaginação, vontade e sentimento. Estes elementos consistem no  agrupar e coordenar de  imagens, apreender-lhes as conexoes constituídas, a fim de as retocar e agrupar em  novas correlações mais ou   menos originais ou  complexas, de acordo com a  maior  ou  menor  potencia  intelectual  do  indivfduo.  Juntamente  com   a  capacidade  de percepção, abstração e comparação, promovem a associação de ideias.

Cada   elemento   pode   estar  mais  ou   menos  desenvolvido  em   cada   um   de   nós, promovendo  a  nossa  capacidade  de  perceber  e  de  sentir.  Sob  esta  ótica,  sentir tambem é pensar.

Através  deste  conceito,  o  pensamento  é  visto  como  uma  extensao  da  nossa   natureza íntima,  e  a  nossa   própria  individualidade  em   acão.  Pensar  é,  portanto,  manifestar  a nossa alma (mente).

As  ondas-pensamentos  são,  como  o  nome  indica,  as  energias  em   forma  de  ondas  que saem   da  nossa   mente  (espírito).  Sao  como  “fagulhas”  contínuas,  que  transportam consigo  uma  carga  de  magnetismo  espiritual,  carga  esta  que   esta  sempre  de  acordo com a  natureza  de  quem  a emite.  Estas  ondas  são  constituídas por  energia  eletromagnetica em diversos graus.

Assim, temos:

a)  Ondas   Longas  –  emitidas  pelas  impressoes  normais  do  ser  humano;  são ondas  que   se   limitam  a   sustentar  o   corpo  físico,  correspondentes   a manutenção do calor;

b)   Ondas  Médias  –  sao  emitidas  quando  estamos  num  estado  menos  comum,

como por exemplo, quando focamos a atenção, ou quando estamos sob uma tensão pacífica, por exemplo, na meditação ou na oração;

c)  Ondas   Curtas  –  sao  emitidas  em   situações  extraordinarias,  como  sejam  as emoções  profundas,  as  dores  inenarraveis,  as  trabalhosas  e  persistentes concentrações mentais, ou as súplicas aflitivas.

Por  outro  lado,  as   formas-pensamentos   ou   formas  mentais,  são   as   imagens  que criamos  no  nosso   ecrã mental  e  que   tambem  mostram  o  magnetismo  espiritual  de quem  as   cria.  Estas   formas-pensamentos   podem  obter  “vida”  nas   nossas   mentes durante um certo  perfodo de tempo, dependendo da intensidade e da frequencia da mentalização, pois toda e qualquer  imagem  gera uma associação de ideias.

As imagens mentais podem ser visuais, auditivas, tacteis, olfativas, gustativas, etc.

A imagem nunca vem sozinha;  ao  imaginarmos,  associamos a esta  imagem os  nossos sentimentos  e  significados, muitas  vezes, inconscientes.     Quando  pensamos  numa pessoa amiga, sentimos alegria ou saudade; ao pensarmos num adversário, sentimos magoa, raiva ou  ódio;  a lembrança  de  uma figura, pode  remeter-nos para o passado, podemos  associa-la  a  sentimentos que   estão  guardados no  nosso   inconsciente  e  de que, muitas vezes, nem  nos  apercebemos.

“Onde  há   pensamentos,   há   correntes   mentais  e  onde   há   correntes   mentais  existe associacao.  E  toda e  qualquer  associação e  interdependencia  e  recíproca influencia.// (Andre Luiz, in ” Nos Domínios da Mediunidade).

As  imagens mentais tem a  capacidade de  tornar claro o  entendimento e  de  ampliar  a nossa   visão de  qualquer  coisa. A  imagem fala por si. Ao  conceituarmos  um   objeto, estamos   a   limitar  esta   imagem  a   nossa   percepção;   ao   mostra-la,  cada   indivíduo percebe-a conforme a sua  capacidade.

Segundo o conceito físico, o pensamento seria composto basicamente por tres forças fundamentais, que  desempenham  funções superiores  na  mente humana:  o  corspúsculo mental, o  sentimento,  e a  vontade.

“E assim como o átomo e uma força  viva e poderosa na  própria contextura passiva, a particula de pensamento – ante a inteligência que  a mobiliza para o bem  ou  para o mal -,   embora  viva  e  poderosa  na   composição   em   que   se  derrama  do   espírito   que   a produz, e igualmente passiva perante o  sentimento que  lhe da forma e natureza para o bem    ou   para  o   mal,  convertendo-se,  por  acumulação,   num  fluido  gravitante  ou libertador,  acido ou balsâmico, doce  ou  amargo, alimentício  ou  esgotante, vivificador ou  mortífero, conforme a força  do  sentimento que  o tipifica e configura, que  pode  ser chamado, a  falta de  uma terminologia adequada, como “raio da  emoção”,  ou  “raio do desejo”,  sendo  esta  força  a  que   lhe produz a  diferença  de  massa  e  de  trajeto,  de impacto e de estrutura.” (Andre Luiz, in ” Evolucao em     ois Mundos).

“E assim que  o halo vital, ou  aura, de  cada  indivíduo, está  entrelacado  pelas correntes atômicas sutis dos pensamentos próprios ou habituais, dentro das normas que correspondem   a   lei   dos    “quanta    de  energia”    e   aos    princípios   da    mecanica ondulatória, que  lhes imprimem frequencia e cor próprias.

Estas forcas, em  constantes  movimentos sincrônicos, ou  em  estado  de  agitacao,  pelos

impulsos  da  vontade  estabelecem   para  cada   pessoa  uma  onda   mental  própria.(Andre Luiz  in ” Mecanismos da Mediunidade)

“Assim, compreende-se perfeitamente  que  a material mental é  o  instrumento subtil da  vontade,  atuando  nas   formações  da  materia  física, gerando as  motivacoes  de prazer ou  desgosto,  alegria ou  dor, otimismo ou  desespero,  que   realmente não   se reduzem  a  meras abstrações,  pois representam  turbilhões de  força em  que  a  alma cria os  seus  próprios estados  de  mentacao  indutiva,  atraindo para si os  agentes  (por enquanto    imponderáveis),   de    luz   ou    sombra,  vitória   ou    derrota,   infortunio   ou felicidade. (Andre Luiz  in “Mecanismos da Mediunidade).

Neste sentido, a ideia é um  ser organizado: o pensamento  dá-lhe a forma, e a vontade imprime-lhe a força e a direção. Na  verdade,  os  conceitos  psicológico  e  físico  dos   pensamentos  interagem,  mas   por falta  de   uma  nomenclatura   mais  adequada para  exprimir  a  nossa   ideia,  podemos afirmar que  o  pensamento  apresenta  um  aspecto  subjetivo  (psíquico) e  um  aspecto físico (material).

As ondas e as  imagens mentais (materia mental) criam um  campo eletromagnetico  a volta do  indivíduo, chamado “aura”  ou  “halo vital”, que  exprime a  natureza  íntima de cada  ser.

“Considerando-se qualquer celula em ação como uma unidade viva, tal qual um motor microscópico em  ligacão com  a fábrica mental, e claramente  compreensível que  todas as  agregações celulares emitem radiações e  que  estas  radiações se  articulam atraves de  sinergias  funcionais,  que  sao  constitufdas  por  recursos,  a  que  podemos  chamar “tecidos de forca, a volta dos  corpos de onde  saem. No  homem,  contudo,  esta  projeção  surge profundamente  enriquecida e  modificada pelos fatores  do  pensamento  contínuo  que, ao  ajustarem-se  as emanacoes do  campo celular, lhe modelam a  volta do  corpo, o  conhecido “corpo vital  ou  “duplo etereo  de certas   escolas espiritualistas,   isto  e,  um    duplicado,  mais  ou   menos  radioso,   do indivíduo.

Assim,  temos  nesta  conjugacao  de  forcas  físico-químicas  e  mentais,  a  aura  humana própria de  cada   indivíduo, interpenetrando-o,  ao  mesmo tempo  que   parece emergir dele, como se fosse um  campo ovóide apesar da  forma irregular que  apresenta,  sendo um  espelho sensível em  que  se estampam, com  sinais característicos, todos os estados de   alma  e  no   qual    todas   as   ideias  se   evidenciam,  modelando  cenas   vivas,  que perduram em  vigor e  semelhanca, tal como no  cinema.  (Andre Luiz in “Evolucao em

dois Mundos//)

“Cada mente é como se fosse um  mundo que  respira pelas ondas criativas que  emite – ou  na  psicosfera em  que  gravita para este  ou  aquele objetivo  sentimental, conforme os  próprios desejos  -,  sem   o  qual a  lei de  responsabilidade nao  subsistiria.  (Andre Luiz in “Mecanismos da Mediunidade//)

Quando frequentemente repetida, a forma mental adquire muita vida, de modo que   as vezes  persiste durante bastante tempo, mesmo depois de extinta a causa  que  a gerou. “Essa corrente  de   partfculas   mentais  sai de   cada   espírito   sob   a  forma  de   indução mental, tanto maior quanto mais amplas se  mostrem as faculdades de  concentração  e o  teor  da   persistencia   no   rumo  dos   objetivos   que   se   procurem.  (Andre  Luiz  in “Mecanismos da Mediunidade//)

“Ao emitirmos  uma ideia, passamos a  refletir as  que  se  lhe assemelham, ideia esta que   imediatamente  adquire  forma,  com   uma  intensidade   correspondente   a   nossa insistencia  em  sustenta-la, mantendo-nos  assim, espontaneamente,  em  comunicacao com  todos  os  que  partilham o nosso  modo de  sentir.  (Andre Luiz in   “Mecanismos da Mediunidade//)

Escritores como Charles Dickens e Honore de Balzac ficavam, as vezes, obsidiados pela visao  das   personagens  que   idealizavam,  ao  ponto  de   as  verem  a  frente,  como se fossem pessoas reais.

Alguns pintores, possuidores de  um  grande poder de  visualização,  chegam a substituir os modelos vivos pelas imagens retidas na  mente.

Pierre de Boismont (no seu livro “As Alucinacoes) conta a história de um pintor que conseguia, após  a fixação  do  modelo, ver a imagem com  mais nitidez do  que  a própria realidade.  Acabou  por  nao   conseguir  distinguir  as   imagens  mentais,  das   pessoas realmente vivas.

Muitas das chamadas “alucinações”, não passam de imagens mentais produzidas pelo indivfduo, e que  passam a ter “vida” no  seu  foro íntimo.

Andre   Luiz  avisa-nos   que    muitas   dessas    formas   mentais  são    confundidas   com entidades desencarnadas, quando nao passam de imagens que tomaram forma pela intensidade   e   frequencia   da   mentalização.   No   entanto,  as   formas  mentais   não descartam a presença dos  espfritos desencarnados e vice-versa.

A manutenção  constante  dos  nossos pensamentos  numa imagem ou  num sentimento, acaba   provocando  atitudes  condicionadas a  que   chamamos reflexos  mentais.

* medico, orador e presidente da Associação Medico-Espirita do Rio Grande do Sul (AMERGS).