Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos (questão 701), pergunta:
“Qual das duas, a poligamia ou a monogamia, está mais de acordo com a lei natural?”
E obtém como resposta dos Espíritos Superiores:
“A poligamia é uma lei humana cuja abolição marca um progresso social. O casamento, conforme os desígnios de Deus, deve estar fundado na afeição dos seres que se unem. Com a poligamia não há afeição real: há apenas sensualidade.”
Kardec complementa: “A poligamia deve ser considerada como um uso particular ou uma legislação especial, apropriada a alguns costumes, e que o aperfeiçoamento social faz pouco a pouco desaparecer”.
Grande conquista evolutiva constitui a monogamia, marcando a superação do instinto pela inteligência e pela razão – conquista esta feita mediante lutas acerbas, passo a passo na caminhada do Espírito. O sexo possui finalidades específicas, de modo que sua função não deve ser malbaratada nos jogos do prazer incessante.
Segundo Joanna de Ângelis (em Amor, Imbatível Amor) a união entre dois seres resulta de um alto estágio de desenvolvimento do Self, firmando-se na fidelidade e respeito ao outro ser que lhe serve de companheiro/a. O egoísmo, entretanto, muitas vezes derruba os vínculos do matrimônio, por necessidades sexuais de variação ou por saturação no relacionamento,
Sabemos que nem todos os dias são festivos. Nos momentos em que a dificuldade se apresente, o companheirismo e a amizade dos cônjuges deve se fazer presente refazendo a afeição.
Emmanuel (em Vida e Sexo) nos lembra uma importante passagem de Jesus, quando escolhe justamente o exemplo da mulher perturbada em matéria de sexo para fazer a inesquecível colocação “Quem estiver sem pecado, atire a primeira pedra”.
Em matéria de amor, todos carregamos os tropeços nos recessos da própria alma. Mesmo que na atual encarnação tenhamos conseguido manter conduta ilibada, devemos examinar os anseios no campo íntimo para facilmente percebermos os conflitos herdados das lutas sexuais da Humanidade, de modo a não julgar o companheiro perdido nas lutas consigo mesmo.
Entretanto, cabe sempre lembrar que o adultério ainda será classificado como patologia da alma e, com a medicação adequada, está destinado a desaparecer da Terra.